Todos os dias, bilhões de pessoas navegam pela internet deixando rastros de informações pessoais a todo momento. Esses dados, são a nossa identidade digital e nos tornam vulneráveis quando não recebem a devida proteção. Existem diversas tecnologias que podem ser utilizadas para aumentar a proteção de dados e segurança como por exemplo a biometria ou então a autenticação em dois fatores,  mas com certeza o Blockchain é que mais pode e impacta nossas vidas.

A origem do Blockchain

Apesar dos primeiros estudos que originaram o conceito Blockchain terem ocorrido no início da década de 90, com o objetivo de aumentar a segurança na transferência de dados financeiros, em 2008 Satoshi Nakamoto (pseudônimo do possível criador do Bitcoin) publica um artigo em 2008 intitulado "Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System" criando também a definição original do Blockchain além do conceito de criptomoedas. Em 2009 Satoshi minerou os primeiros Bitcoins e em seguida abriu o código original.

Mesmo sendo criador, em 2011 Satoshi desaparece da visão do público e cessa suas contribuições acerca do código do Bitcoin. Esse código então é abraçado pela comunidade desenvolvedora que enxergou seu valor e resolveu bugs, gerando diversos novos projetos que queriam utilizá-lo.

O que é o Blockchain

Imagine que três supostas pessoas (A,B e C) possuam respectivamente 15, 10 e 5 dinheiros que sejam ligados ao sistema do Blockchain.

Se a pessoa A transfere para a B cinco dinheiros e a pessoa B transfere para a C dez dinheiros, no Blockchain essas transações são agrupadas como blocos e interligadas. Nesse caso os computadores ou "nós" que acessem o sistema podem obter esses dados e informações, também podendo identificar quanto cada pessoa possui, onde cada dinheiro estava, pra onde eles vão e assim por diante.

Caso a pessoa A portanto queira transferir mais dinheiro do que possui para a pessoa C, todos os computadores conectados na rede vão saber que aquela transação é inválida e não pode ocorrer. Como todas essas informações são criptografadas, os donos dos computadores não podem modificá-las, pois o próprio sistema não permitiria.

Dentro do Blockchain essas transações mencionadas são agrupadas em formas de blocos de dados. Para que os blocos sejam formados é preciso respeitar algumas regras, como o tamanho máximo de transações que um bloco pode comportar e conter apenas transações que sejam verificadas como válidas.

Enquanto as transações esperam para serem adicionadas em algum bloco, elas ficam temporariamente em uma estrutura chamada de pool.

Os computadores da rede competem entre si para ver quem consegue encontrar um bloco válido primeiro dentro da pool, e o que encontrar avisa os demais para que se façam a checagem e haja um consenso de validação.

Essa tarefa de encontrar um bloco válido é conhecida como “minerar bitcoins”, e remunera o nó com frações de bitcoins que encontrou o bloco.

Quando um novo bloco válido é encontrado pela rede, ele ganha um hash, uma espécie de assinatura digital, que funciona basicamente como uma impressão biométrica.

O hash é a garantia criptográfica de que as informações desse bloco de dados não foram violadas. A cada vez que um bloco novo é criado, ele tem um hash próprio e carrega o hash do bloco anterior. Daí vem o nome Blockchain, que significa corrente de bloco, em português.

O Blockchain é incorruptível?

Na prática, portanto, o Blockchain não está centralizado em um único lugar, cada rede conta com grupos de máquinas independentes, que podem ser acessadas de qualquer lugar que possua acesso à internet através dos nós.

centralizada vs descentralizada

Se qualquer um pode acessar um nó, então, teoricamente qualquer um pode adulterar a transação no registro, certo? Errado! Se alguém tenta modificar algo, e o registro não é validado pelos demais nós, o autor é desconectado da rede.

O blockchain é uma base de dados distribuída. Cada computador tem uma cópia de todos os dados, portanto tem acesso a todas as informações e pode interagir com elas diretamente. A manutenção e sincronização são feitas por um algoritmo de consenso, que requer um acordo entre todos os participantes da rede para a tomada de decisões e eliminação de informações conflituosas.

Portanto, a única maneira de fraudar uma rede Blockchain é modificando ao mesmo tempo os dados de mais da metade dos locais de armazenamento, ou seja, possuindo mais de 50% de todo o poder computacional (os hashs da rede). Por ser descentralizado e sem ponto central de comando, torna-se praticamente impossível que isso aconteça.

Dessa forma, além de tornar as transações seguras, o Blockchain dificulta muito um ataque de hackers, afinal, para conseguir invadir o sistema é preciso quebrar a criptografia de um bloco e do anterior, de forma sucessiva.